segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Doenças sexualmente transmissíves: sífilis


Um pouco de história
Os historiadores dividem-se quanto à origem da sífilis. Mas uma coisa é certa: é uma doença que quando não diagnosticada e tratada pode levar à morte e que atinge a humanidade há centenas (ou até milhares) de anos.
Ainda no que diz respeito à origem da doença, enquanto alguns afirmam que já o médico grego Hipócrates (no séc. V a.C.) havia feito a sua descrição, outros dizem que foram os tripulantes dos navios de Cristóvão Colombo que trouxeram consigo a doença no regresso do continente americano.


O que é a sífilis e como se transmite?
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível, resultante da infecção por uma bactéria cujo nome científico é Treponema pallidum.
A forma mais frequente de transmitir/contrair a sífilis é através do contacto sexual (oral, vaginal ou anal) com um parceiro infectado com a bactéria, uma vez que esta atravessa as mucosas (como a que reveste a boca) mesmo que estas não tenham qualquer lesão/ferida.
Uma mulher grávida que esteja infectada pela bactéria que provoca a sífilis pode transmitir a doença ao feto através da placenta. Se tal acontecer, a probabilidade de aborto ou de o recém-nascido morrer após o parto é cerca de 25% destes casos. Se a sífilis (activa, nas crianças nascidas nestas circunstâncias) não for diagnosticada a tempo, as crianças poderão desenvolver lesões nos olhos, no cérebro e no coração.


Quais os sintomas?
O período de incubação, ou seja, o tempo que decorre entre o contágio e as primeiras manifestações da doença varia entre duas e quatro semanas mas pode chegar às vinte e três semanas.

Na sua fase inicial (sífilis primária) a doença causa o aparecimento de lesões (pequenas feridas arredondadas com os bordos duros) relativamente indolores que geralmente se localizam nas zonas genitais, mas que também podem aparecer noutros locais do corpo. Cerca de quatro a seis semanas após o seu aparecimento estas lesões “curam-se”, mesmo sem tratamento.

Quando não é tratada e evolui “sem controlo” a sífilis é uma doença crónica, na qual os períodos em que os sintomas se fazem sentir alternam com intervalos longos durante os quais não se registam sintomas. Assim, a evolução desta doença é dividida em quatro períodos: a sífilis primária (acima descrita), a sífilis secundária, a sífilis latente e a sífilis terciária. Com a sífilis secundária aparecem sintomas semelhantes aos de uma gripe (dores de cabeça e de garganta, febre baixa) associados a pequenas manchas rosadas na pele que aparecem espalhadas pelo tronco, abdómen, zona genital, palmas das mãos e plantas dos pés. Mais uma vez, os sintomas tendem a desaparecer sem intervenção após duas a seis semanas.

Quando a pessoa afectada atravessa estas fases sem consultar o médico, entra numa fase que dura vários anos e durante a qual não tem sintomas.

Vários anos após a infecção, se o doente não foi tratado, entra-se na fase terciária da doença. Aparecem tumores na pele e nos ossos, surgem problemas cardíacos, convulsões, paralisia, alterações do comportamento e, finalmente, demência. A associação de todas estas lesões pode levar à morte.


Como é feito o diagnóstico? E o tratamento?
O diagnóstico da sífilis pode fazer-se:
- através de análises sanguíneas;
- recolhendo e observando ao microscópio material colhido em lesões suspeitas da pele.

Numa fase inicial, o tratamento é fácil e eficaz e barato pois consiste na injecção de penicilina. Nos doentes alérgicos à penicilina estão indicados antibióticos alternativos, mas que não são tão eficazes.
Numa fase posterior o tratamento também é feito com penicilina, mas a sua duração é mais prolongada e as lesões que foram aparecendo nos vários órgãos, podem não melhorar.


Como evitar a sífilis?
Usando o preservativo, que reduz substancialmente o risco de contágio, sempre que se tem relações sexuais.

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