Viver a sexualidade, partilhar a nossa intimidade com uma pessoa que amamos é algo maravilhoso. É um acto de dádiva mútua, de partilha, no qual nada é imposto.
O interesse sexual não desejado é uma forma de coacção à qual ninguém tem de ceder. Esta coacção pode assumir a forma de observações grosseiras, contactos corporais não desejados, chantagem ou promessas feitas para obter favores sexuais, entre outras acções. Se alguém fizer ou disser algo que te faça sentir pouco à vontade, não tens que "aguentar" e muito menos que ceder à pressão que sentes.
As pessoas que praticam acções que te deixam desconfortável (como tocar-te "sem querer" num transporte público ou dar-te uma palmada no rabo quando te vêem porque te "conhecem desde pequeno(a)") podem ser pessoas que conheces há muito tempo ou que são mais velhas. E esse facto pode fazer-te duvidar, fazendo-te pensar se não será tudo imaginação ou se estás a "ver maldade em tudo". Nestas situações, confia nas tuas sensações: tu melhor que ninguém sabes se o teu espaço íntimo está a ser invadido.
Não deixes que o teu pensamento seja afectado por mitos. Para rebater alguns desses mitos, eis algumas verdades.
1. - Quando uma rapariga (ou um rapaz) é vítima de violação, parte da culpa é da vítima. Ou porque usava uma roupa provocante, ou porque "as pessoas decentes não vão para ali àquela hora" ou porque podiam ter lutado mais...
Nada disso. Toda a violação é uma agressão. As vítimas não querem ser violadas e, frequentemente, os violadores atacam pessoas que sabem ser mais fracas.
2. - Os violadores são desconhecidos que atacam as suas vítimas ao acaso.
Não é bem assim; em cerca de 80% dos casos de violação o violador conhece a vítima e vice-versa. E acontece que a vítima não comunique a agressão por sentir "vergonha" face a um agresso que conhece.
3. - A verdade é que nenhuma vítima sente prazer durante uma violação. A violação é uma experiência humilhante e dolorosa.
Se conheceres alguém que esteja a ser alvo de abuso sexual dá-lhe apoio. Ajuda-o(a) a quebrar a "lei do silêncio" e fá-lo(a) compreender que é possível sair do labirinto de vergonha e medo em que se encontra.
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