quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Gravidez e masturbação com objectos

PERGUNTA:
Masturbo-me com frequência com objectos de casa de banho (champôs, escovas...), mas partilho a casa de banho com outras pessoas (homens e mulheres) e, certas vezes, após um homem tomar duche, tomo eu e masturbo-me. Será que é possivel eu estar grávida se estiverem restos de esperma nos objectos com que me masturbo? Eu lavo-os sempre. Nunca há penetração. Pergunto isto porque tenho sentido enjoos e a barriga parece inchada. Por favor ajudem, tenho apenas 14 anos!

RESPOSTA:
Tal como já tivémos oportunidade de dizer anteriormente, para que um espermatozóide chegue ao útero, tem de percorrer um longo percurso. Os espermatozóides que possam ainda estar nos objectos que mencionas, além de estarem mais mortos que vivos, provavelmente já não têm energia para atingir o seu objectivo.
Se lavas tão bem os objectos com que te masturbas (o que é bom, não especificamente por causa do esperma mas porque poderas contrair uma infecção urinária, por exemplo), é pouco provável que fiquem restos de esperma. E se não há penetração (e não há pénis) tu ficares grávida é praticamente impossível.
O teu mal-estar pode ter a ver com o período. Sugerimos que consultes a(o) teu(ua) ginecologista.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Gravidez

PERGUNTA:
Em que fase é menos provável uma rapariga engravidar?

RESPOSTA:
Quanto à pergunta colocada, vamos um pouco mais longe, pelo que agradecemos que leias a informação que a seguir fornecemos.

Uma mulher pode ficar grávida na primeira vezque tem relações sexuais? SIM. Se a mulher estiver no seu período fértil, pode sempre engravidar, seja qual for o número de vezes que já tenha tido (ou não) relações sexuais.

Uma mulher pode ficar grávida sem nunca ter sido penetrada? SIM. Se o rapaz ejacular perto da vulva, há a possibilidade do sémen se introduzir na vagina. E, nesse caso, há também a possibilidade da rapariga ficar grávida e ser virgem simultaneamente.

Quanto tempo sobrevivem os espermatozóides dentro do corpo da mulher? Resumindo: mantêm a sua mobilidade por três dias.

É verdade que o coito interrompido NÃO é um método eficaz para evitar uma gravidez? Sim. Quando o pénis fica erecto, começa a lançar pequenas quantidades de um líquido lubrificante que pode conter espermatozóides. Por isso, mesmo que o rapaz ejacule fora da vagina, a rapariga pode engravidar se estiver no seu período fértil. Há que tomar precauções.

Qual é o período fértil da mulher?
É aquele em que o óvulo está maduro e aguarda o espermatozóide para o fecundar. O período fértil da mulher pode alterar-se com a interferência da temperatura, de doenças e do estado emocional, portanto, não deve ser usado isoladamente como método contraceptivo pois o RISCO DE ENGRAVIDAR É MUITO ELEVADO.

Portanto:
Se estás a pensar em ter relações evitando o preservativo e de forma a que não haja gravidez, NÃO ARRISQUES! Ao menos garante que ela toma pílula ou tem outro método anticonceptivo. Não ponhas o futuro de três pessoas em causa, sobretudo quando uma das pessoas em causa não teve poder de decidir.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Gosto/Não gosto/Talvez goste

PERGUNTA:
Eu gosto muito de 1 rapaz ou melhor amo. Já namorámos só que ele acabou comigo. Nas férias ele mandou-me 1 mensagem a dizer que me amava, e eu disse-lhe que tinha de me dar 1 prova e ele perguntou se era fazer amor eu disse que talvez, e no dia seguinte perguntei-lhe se era verdade o que ele tinha dito, e ele disse que ?tava bêbado. E eu perguntei se ele tb estava bebado quando me disse que gostava de mim e ele disse que ja não gostava.
No início das aulas ele e eu curtimos mas eu andava no Desporto Escolar e foi aos nacionais e acabamos quando vim. Soube que ele gostava de 1 rapariga parecida comigo, e pediu-me ajuda ela tinha me dito que não gostava dele e eu disse-lhe que ela não gostava dele mas mesmo assim eles namoraram durante dois, e acabaram. E ele disse que já não gostava dela e nesse dia curtiu comigo, mas no dia seguinte começou a curtir com ela. No último dias de aulas ele despediu-se dela com 1 bate-chapas E de mim com 1 linguado. Há alguma diferença? O que hei-de fazer? Gosto mesmo muito dele.... Respondam muito rápido por favor; é muito importante....

RESPOSTA:
Nós sentimos que aí nas tuas relações há ainda muita "verdura" e muita confusão...
Vocês ainda não sabem se gostam mesmo ou não, se só querem curtir ou não, se querem qualquer coisa de mais sério...

Enquanto estiveres na fase de "gosto/não gosto/ não sei se gosto/ será que ele gosta?" dificilmente te vais encontrar. A solução é falares claro do que queres e sentes com ele (se ele tiver maturidade suficiente para isso...) e de dares tempo para as pessoas (e tu) se definirem.
Repara que uma relação só dá certo se os dois gostarem mesmo um do outro.
Se fores só tu a gostar a sério dele, isso não vai dar em nada e tu acabas magoada quase de certeza...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Fraquinho pelo professor

PERGUNTA:
É normal que por volta dos 13, 14 anos se tenha uma paixão (ou não se sabe bem o que se sente), em relação a um stor de natação (25 anos)??? é o que esta a acontecer comigo... ando muito preocupada, não sei o que fazer para o esquecer...


RESPOSTA: Essas paixões fazem parte do crescimento e são normais. Só não deves deixar que se transformem em obsessão.

Esse professor (como verás mais tarde se estudares um bocado de Psicologia) simboliza várias coisas que se consideram importantes e positivas: maturidade, aspecto físico, segurança, e mais umas coisas...
Admira-o, se quiseres, como se admira um artista ou um jogador que se gosta de ver jogar, mas impede-te de "avançar" mais. Afectivamente não resulta e só dá para te magoares com o assunto.
E acredita que com o tempo, passa.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Estarei grávida?

PERGUNTA:
Tive relações com o meu namorado em junho e usámos preservativo. O período apareceu certo nesse mês e no de Julho, mas no mês de Agosto não apareceu e não apareceu até agora. Posso estar grávida?

RESPOSTA:
Se desde que te veio pela última vez o período (em Julho) NÃO tiveste mais relações, NÃO podes estar grávida e talvez seja apenas um atraso.

Se tiveste relações (não protegidas) desde a última vez que te veio o periodo, PODES estar grávida. Cada vez que vier o período significa que o óvulo não foi fecundado (não estás grávida), mas todos os meses, após esse momento, se tiveres relações não protegidas voltas a poder engravidar.

domingo, 1 de janeiro de 2012

É possível engravidar com o período?

PERGUNTA:
Gostaria de saber se durante a menstruação tivermos relações sexuais com ejaculação dentro da vagina há hipóteses de se engravidar.

RESPOSTA:
A resposta é, teoricamente, não, mas... nunca fiando.
O período fértil das mulheres situa-se perto do 14.º dia (após o 1.º, que é quando vem a menstruação), sendo esse dia o "centro" de mais ou menos quatro a seis dias "perigosos". Nos restantes dias, corre-se menos risco de engravidar, mas... Ninguém é igual.

Antes de mais explicações, uma certeza: NUNCA te fies em conversas de "agora não se fica grávida". O corpo humano é muito especial, não há duas pessoas iguais e os acidentes acontecem. Pois, e quanto menos se espera...

Não tenhas relações sem preservativo ou sem protecção.
Não confies na sorte (nem nos métodos naturais). Os espermatozóides têm grande mobilidade e não perdem a oportunidade de cumprir A SUA missão...

Resumindo:
1 - Para não engravidar o mais seguro mesmo é o pénis não ter contacto com a vagina (risos...).
2 - Havendo esse contacto, usem preservativo ou outros meios anticoncepcionais. Assim protegidos, qualquer momento é seguro.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Dor na 1.ª vez

PERGUNTA:
É verdade que na primeira vez que uma rapariga tem relações sexuais pode sentir dor? Que fazer para preveni-lo ou "suavizá-lo"?

RESPOSTA
Doer na primeira vez depende do relaxamento que se tem no momento e daquilo que se espera. Nota que é mais fácil "doer" muito se a pessoa estiver à espera que doa muito...

Se não se estiver com dúvidas, com medos e, por isso, tensa, não deve haver dor, nem dessa vez nem das seguintes. A dor não é normal.
Claro que pode haver alguma dor no momento da penetração, mas não durante todo o acto.
Ele foi carinhoso? Acarinhou, acariciou, preocupou-se com os preliminares?

Na tua primeira vez, garante que queres mesmo fazer isso e que o ambiente está bem - não há medos. Há carinho, há respeito.
Preocupa-te sim se doer sempre que tiveres relações.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Depilação

PERGUNTA:
Olá. Eu gostava de saber se as raparigas na sua primeira vez ou mesmo quando fazem amor das outras vezes costumam fazer depilação dos pêlos púbicos? É que se não fazem os namorados ou companheiros não sentem nojo delas ou as acham peludas?! Gostava que me tirassem esta dúvida porque se um dia quiser iniciar a minha vida sexual não sei o que vou fazer porque sou um bocado peluda em relação a isso mas também não gosto de depilação!!! Espero que me possam ajudar... Obrigada.

RESPOSTA:
Na tradição japonesa, os pêlos púbicos são tabu. Na nossa sociedade são normais.
São as mesmas modas que "decidem" que os homens se depilem (au!) que podem levar-te a ti e às tuas amigas a depilarem (au, au, au!) a zona púbica...
Não temos qualquer informação que nos garanta que os rapazes acham isso nojento... Será moda nova? Se houver boa higiene não há razão para depilar nada - a não ser as virilhas, mas isso já o é há muito tempo.
Pode ser comparado a um homem com barba (desculpa-nos a comparação) - se estiver de cara lavada, barba aparada e limpinho, tudo bem.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Conquistar uma rapariga

Como conquistar uma rapariga com 12 anos?

RESPOSTA
A resposta à tua perguntas não tem a ver com a idade dela. Está em observares as miúdas à tua volta, em especial a que te interessa: vê o que elas fazem, que música ouvem, que filmes vêem, onde gostam de ir, de quem falam e de que falam...

De resto, as raparigas de qualquer idade gostam de rapazes meiguinhos, nada brutos, que as respeitem, que tenham humor, que lhes liguem e que sejam maduros (nada de coisas de "putos"), percebes? Quando um rapaz gosta mesmo de uma rapariga, liga-lhe e gosta realmente de estar com ela.

Truques? Fala com elas (as raparigas adoram falar de tudo e de nada - as vezes são bem chatas) e ouve-as. Pronto!

Para que ela se possa interessar por ti, ela tem de reparar em ti, ver que tu existes (e não é fazendo o pino à frente dela...). Dá-lhe os bons dias, pergunta-lhe as horas ou outra coisa qualquer. Pede-lhe uma informação, etc. Usa a imaginação! Depois de ela reparar em ti e falarem os dois, arranja modo de prolongar o contacto / a conversa (ou mais conversas). Descobre algo de interesse comum (não é fácil) ou convida-a para algo de simples, ou... Agora é contigo.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Como é que eu sei que ela gosta de mim?

PERGUNTA:
Olá. Queria que me esclarecessem uma dúvida. Como é que eu sei que uma rapariga gosta de mim? Por favor enviem-me a resposta o mais rápido possível.


RESPOSTA:
Olá, Francisco!
Como é que podemos explicar uma coisa que só cada pessoa pode sentir? Há muitos indicadores: uma atenção, um olhar, um sinal, um sorriso, um convite... Isto acontecendo bastantes mais vezes, sem ser a gozar, com respeito. Se gostares dela, retribuirás.

E como ter a certeza?
A falar é que a gente se entende. Há-de haver um momento em que se fala e aí podem esclarecer-se as coisas.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Começar a tomar a pílula

PERGUNTA:
Esta semana fui a uma consulta de Ginecologia e a médica receitou-me uma pílula que melhora o acne e regula o período... Essa pílula também resulta como contraceptivo? É que já pensei em começar a minha vida sexual... É preciso deixar de a tomar para começar a ter relações sexuais? A Dr.ª disse qualquer coisa sobre esta pilula e a vida sexual... Algo que eu não entendi bem. Gostaria de ver estas minhas "dúvidas" esclarecidas. Obrigada pela atenção...

RESPOSTA:
Sim, se a ginecologista te receitou a pílula, ela também resulta como contraceptivo, mas nada de te pores a fazer sexo só porque sim. As relações sexuais devem ser fruto de uma relação afectiva, e não sexo que se faz só para a "aproveitar".

Se deixares de tomar a pílula para teres relações sexuais, o mais certo é acabares grávida! A pílula deve ser tomada tal e qual como o médico mandou: tanto para a acne, como para regularizar o período, como para impedir a gravidez.

Notas:
(1) A pílula não impede que se apanhem doenças sexualmente transmissíveis! Para isso, só o preservativo.
(2) Se quiseres perceber bem como funciona a pílula, lê a bula (o papelinho) que ela traz.

Mais dúvidas, escreve!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Comichões e seios assimétricos

PERGUNTA:
Olá! Tenho duas perguntas e gostaria que fossem esclarecidas, por favor! Ouvi dizer que quando uma rapariga/mulher sente muita comichão no peito é indício de uma doença - é verdade? É que é o meu caso; também gostaria de saber se é normal uma rapariga de 15 anos ter um seio maior que o outro? Por favor respondam e obrigado.

RESPOSTA:
A comichão no peito não é muito comum, e devias pôr essa dúvida ao médico.
Os seios terem tamanhos diferentes, é comum, sobretudo durante a adolescência, mas não com tamanhos muito diferentes. Aproveita, vai ao médico e fala-lhe nisso.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Beijar bem: treinar ajuda?

PERGUNTA:
Eu já tive muitas oportunidades de beijar um rapaz, mas nunca o cheguei a fazer. Sinceramente, quando chega mesmo à altura, fico com medo e com receio de não o fazer como deve de ser. Como é que se dá um linguado??? Como posso dar o meu primeiro beijo de forma a que o impressione e não se note que é o meu primeiro beijo??? Como posso ser eu, por exemplo no meio de uma conversa, a tomar a iniciativa de beijar???
Obrigada desde já!

RESPOSTA:
Cada pessoa beijará de sua forma, como sente, como acha que é. Tu farás o mesmo. É ao beijar que vais aprender. É só por esse processo que vais mesmo aprender... Sentindo, imitando, experimentando...
Claro que podes treinar nas costas da mão, mas acredita que não é o mesmo.
Coragem, ok?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cálcio a menos

PERGUNTA:
Ouvi um médico dizer, no outro dia, na televisão, que os adolescentes têm falta de cálcio. É verdade?

RESPOSTA:
Não sei se foi exactamente assim que as coisas foram ditas, mas é verdade que muitos adolescentes ingerem menos cálcio do que precisam.
O cálcio é essencial nesta fase de crescimento, porque, como facilmente compreenderás, quando crescemos o que cresce são os nossos ossos. E como são feitos com muito cálcio, nesta fase de grande crescimento em altura é necessário muito cálcio. Infelizmente, como alguns adolescentes trocam o leite e derivados lacticínios por refrigerantese/ou fast-food acabam por não ingerir cálcio em quantidade suficiente. Um estudo feito nos Estados Unidos mostrou que só um terço dos rapazes e um sexto das raparigas ingere o cálcio de que precisa. Assim, é essencial beber leite, comer lacticínios, apanhar luz do sol (que ajuda a metabolizar o cálcio) e, se necessário, tomar um suplemento de cálcio.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Assédio de um amigo

PERGUNTA:
Olá. Recentemente saí com um rapaz de quem sou amiga há uma data de tempo e fomos ao cinema. A meio do filme ele começou a apalpar-me e a tentar meter as mãos nas minhas calças. Fiquei furiosa e dei-lhe um estalo. A partir daí ele não pára de me chamar nomes e dizer mal de mim aos outros rapazes da turma. O que é que eu posso fazer?

RESPOSTA:
Acho que fizeste o que devias ? mostrar-lhe que no teu corpo quem manda és tu. Se ele não compreendeu de outra maneira, acho que o estalo foi um bom argumento. Ele é que é um pateta e um fraco, embora esteja a tentar mostrar "folha de serviço" aos amigos ? ele é que falhou, não te esqueças disso. Fizeste o que devias e ignora-o. Se ele perceber que não ligas nada ao que ele anda a fazer deixa de te perseguir. Se não, diz aos teus amigos que ele se portou como um idiota e que anda com essa conversa porque está frustrado e ressabiado. Vais ver que as coisas viram logo. Respeitares os outros e fazeres-te respeitar é um valor essencial na gestão da tua sexualidade.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Alterações no ânus e na vagina

PERGUNTA:
Alguns dizem que sim e outros que não, mas eu gostava de saber a verdade. O ânus e a vagina alargam com as relações sexuais???

RESPOSTA:
A vagina é naturalmente elástica, e quem normalmente acha ela fica mais larga são as mulheres que deram à luz. Contudo, habitualmente volta ao normal e existem exercícios específicos para apressar esse processo.

O ânus, envolvido na prática de sexo anal, tem uma espécie de músculo em forma de anel que o fecha, sendo que o ânus "abre" automaticamente quando se defeca. Esforçar, alargaando "à força" o orifício pode causar danos no esfíncter que o fecha, que poderá eventualmente passar a fazê-lo mal - e, assim não cumpre bem a sua função primeira.
Pode acontecer que surjam hemorróidas (dilatações dolorosas das veias dessa zona - uma espécie de "varizes")

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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Anatomias

PERGUNTA:
A minha dúvida é a seguinte: Eu queria saber se os meus "pequenos lábios" são normais; um deles é muito mais comprido do que o outro e é bastante escuro na ponta. Eu sou branca mas na ponta do meu lábio pequeno (que é bastante maior que o outro) é bastante escuro! É normal?

RESPOSTA:
O que nos dizes é normal. Sabes, nós não damos muito por isso, mas no nosso corpo não somos 100% simétricos. O mesmo se passa com os lábios da vagina.
Quanto à pele ser mais escura, também é normal. É uma pele "diferente" e a sua tonalidade mais escura é uma das suas características.
Não te preocupes.

Preocupa-te com borbulhinhas, pruridos, comichões e coisas assim...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A primeira vez

PERGUNTA:
Eu sou ainda virgem, mas não por falta de oportunidade, já por algumas vezes (4) que tenho a oportunidade de fazer amor com a minha namorada e tudo corre bem... Até à hora H, onde simplesmente perco a erecção por completo, puff... Vai-se, é só chegar a altura de meter o preservativo, chego a metê-lo e depois pimba, não há nada para ninguém...
(Que faço?) não sei o que se passa comigo, eu amo a minha namorada, ela diz que não faz mal, deve acontecer a muitos, mas não acredito que ela não esteja já um pouco farta da situação e eu começo a duvidar das minhas capacidades de homem, da minha virilidade, coisas destas só devem acontecer a velhos de 70 anos, ou nem a esses... QUE FAÇO? Começo a ficar "desesperado" com esta situação, não sei se tem a ver com nervos, se tem a ver seja com o que for... Mas ajudem-me, esta treta já me fez chorar, coisa que não acontecia há muitos e bons anos!!!
Ajudem-me por favor, um conselho, uma dica, qualquer coisa que me ajude a resolver esta situação eu agradeço...! Obrigado pela vossa atenção.


RESPOSTA:
Muito directamente: estás a entrar cada vez mais em parafuso de cada vez que te angustias com a situação. Se continuares a focar dessa maneira a tua atenção na falha, nunca vais conseguir mais nada senão desesperares e achares que não és capaz.

Tenta ver as coisas assim: Tu és uma pessoa que está a ser vítima da pressão social (que está muito presente na tua cabeça) para toda aquela imagem da primeira vez perfeita, e do papel dominante do rapaz nessa primeira vez. Estás preocupadíssimo com o teu desempenho. É normal. Olha que problemas de falta de erecção e de "é tão bom, não foi?" há para aí às carradas (e não é preciso ter 70 anos).

Sabes, praticar sexo é como quase tudo na vida: quanto mais se "treina" melhor fica e melhor é. Antes de saberes escrever bem, começaste por desenhar letras; antes de andar de bicicleta, andavas aos tombos. A primeira vez (de tudo) nunca se sabe bem como se faz e como é.
Com o sexo é o mesmo.

Parece-me que tens uma namorada às direitas, que não se importa com uma coisa que É NORMAL! Se perdes a erecção depois de pores o preservativo (rapaz sensato!), é porque é nesse momento (antes da penetração - que tu vês como o teu exame final) que não tens confiança em ti.

Se és carinhoso, brincas, acaricias e beijas sem dramas (acho) é porque NÃO ESTÁS com medo de falhar nisso. Também beijaste uma primeira vez, certo? E outra, e outra...
A primeira vez NEM SEMPRE é uma boa (muitas vezes NÃO É, por que é o início de uma aprendizagem).

Será que tens medo de algo mais? Que ela, apesar de tudo engravide? Que vocês acabem e que venhas a ter problemas? Se é isso, tens de resolver essas questões antes. Olha que o preservativo é um método muito seguro.

Resumindo:
1 - Se não tens dúvidas de que queres ter relações com ela.
2 - Se não tens outros medos.
3 - Se tens confiança em ti.
Dá-te uma chance de o provares. Vai com calma, deixa as coisas acontecerem.
1 - NÃO COMECES a pensar em falhas quando colocas o preservativo.
2 - Pensa: "Eu amo-te, eu quero-te. Eu vou dar o meu melhor e vou SER EU, o melhor que sei - EU, que quero ser melhor e ser bom para ti."
3 - Baixa as expectativas. Pode não ser uma primeira vez fabulosa, mas é o princípio de muitas vezes cada vez melhores!
4 - Depois de colocares o preservativo não tentes logo a penetração, faz mais umas carícias, uns beijos, retoma a confiança (e a erecção).

TEM CONFIANÇA EM TI (em vocês) E BAIXA AS EXPECTATIVAS.
Tudo de bom!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sexualidade


A sexualidade, nos seus diversos parâmetros


A sexualidade humana é uma das competências mais interessantes e alargadas das funções vitais, pelo que não deve ser em nenhum caso resumida de uma maneira simplista a relações sexuais e muito menos ao uso do preservativo, como às vezes acontece.

De facto, a sexualidade compreende várias vertentes - afectos, comunicação, companhia, partilha (incluindo a do corpo e a da alma), reprodução, amizade e tantos outros aspectos. Não estranha pois que, ao incluir áreas tão fundamentais, a sexualidade seja, paralelamente à alimentação, um dos instintos mais básicos e determinantes da sobrevivência.

Não estranha também que o ser humano seja um ser dotado de uma sexualidade muito evidente, que se manifesta desde o primeiro momento de vida, e é exercida até ao fim. Poderá não ser expressa, evidentemente, do mesmo modo, da mesma maneira ou com os mesmos ritmos, mas é do cruzamento das diversas curvas sinusóides das vertentes mencionadas acima que se vai construindo os diversos equilíbrios, ao longo da vida, permitindo viver o conjunto da sexualidade de uma maneira harmoniosa, tranquila e gratificante. Muitas vezes, infelizmente, tal não acontece e, seja como for, a construção desse equilíbrio requer muita "maestria", já que a instabilidade, as dúvidas e os conflitos internos e externos, os riscos e os perigos são uma regra quase geral.


O namoro


O namoro é um dos pontos mais interessantes da vivência da sexualidade e pode (deve) ser vivido em todas as idades. Se é, quanto a mim, ridícula a insistência actual de muitos adultos em tentarem atribuir namorados e namoradas a meninos de 3 e de 4 anos (ou mesmo de 8 e 9), a palavra namorar é das mais expressivas e tem vários significados - de facto, (...) "namorar" pode significar: acotiar, agradar, apaixonar, apetecer, arrulhar, atrair, azeitar, cativar, catrapiscar, chamar, cobiçar, cortejar, derriçar, desejar, embelezar, enlevar, falar, flertar, galantear, graxear, namoricar, prosear, rampanar, rascar, rentear, requebrar, requestar, sapecar, seduzir, servir, simpatizar, tourear (in Enciclopédia ?Educar Adolescentes? ? Lexicultural).

Muitas noções poderíamos tirar destes sinónimos, alguns deles verdadeiramente inesperados, mas uma coisa é certa: namorar implica desejo, atracção, cobiça, e todo o processo de "conquista" ("catrapiscar"?!?) do ser amado, que passa por galantear, cativar ou até, segundo o dicionário, por "dar graxa" (azeitar... graxear...)? e também exercer a arte da sedução, uma das artes mais nobres e mais fascinantes (e também mais divertidas) de que o ser humano é capaz. Já a expressão "tourear", confessamos que deverá sempre ser considerada como estando por acaso, pois embora comum na "arte de namorar", não expressa geralmente relações muito transparentes e honestas? mas enfim. Dicionário é dicionário?


Conquistar e ser conquistado - o jogo da sedução


Voltando atrás, há uns milhões de anos (dados surgidos no início de Dezembro de 2002 apontam já para 6 milhões de anos...), quando as raparigas atingiam a menarca e tinham pois a sua primeira menstruação, ficavam capacitadas para ser mães. Os rapazes, por sua vez, ao terem as primeiras ejaculações, eram potenciais pais. Mas se durante alguns milénios, provavelmente, as relações reprodutivas terão sido (com o são ainda em alguns pontos do Planeta) diferenciadas dos afectos, rapidamente as coisas começaram a evoluir no sentido da monogamia (que, repetimos, não é "lei corrente" em muitos pontos e em muitas sociedades e pessoas, sem que possamos fazer sobre isso quaisquer juízos de valor, éticos ou outros). O sentimento de poder masculino, associado ao "ter" (ter "pilinha", leia-se), acasalou bem com o sentimento de "não ter", com o complexo de castração das mulheres, com afinal o culto do "ser" (e às vezes do "parecer"). Eles a quererem conquistar, elas a quererem deixar-se conquistar. Estavam na mesa todos os ingredientes necessários ao jogo ? a um grande jogo.

Por outro lado, estando também na mesa responsabilidades grandes - como o de escolher o pai ou a mãe dos filhos, o companheiro ou a companheira de uma vida e, tantas vezes, o herdeiro ou herdeira de fortunas, bens, terras ou outras coisas semelhantes, bem como a integração na família, no clã, na tribo ou na comunidade - a escolha prévia ao "acasalamento" passou também a ser mais elaborada e a envolver muita outra coisa. Acresce que a chamada "lei do mais forte", que através de várias formas afastava os potenciais concorrentes até deixar o que, geralmente pela sua força física, se conseguia impor, perdeu muita da sua validade - a astúcia, o poder de sedução, o charme (e tantas outras coisas) começaram a ganhar valor. Bem como os verdadeiros afectos e sentimentos.

É assim que surge o namoro - uma fase que começa, muitas vezes, sem se saber muito bem porquê e que evolui com diversos ritmos e desenlaces. De facto, não se sabe muito bem o que, numa pessoa, atrai outra - provavelmente muitos factores, também eles valorizados conforme a personalidade, as expectativas e os desejos e prioridades de cada um. As feromonas, espécie de hormonas sentidas a larga distância pelo nariz, têm o condão de atrair - a ciência explica isso. A beleza (e há tantos conceitos diferentes de beleza, de graça, de ser-se "giro" mesmo se feio, etc, etc), a inteligência, a ternura, a simpatia, o humor, o feitio, a elegância (no corpo e na maneira de ser), enfim, são alguns entre tantos e tantos ingredientes que provocam a atracção e o desejo de conquistar o outro ou a outra.
Depois deste primeiro click, segue-se outra fase: a da confirmação da escolha, que terá que passar por um melhor conhecimento dos pontos fracos e fortes da pessoa amada. Mas o pior é que a paixão e o desejo de conquista, pela sua natureza "transitoriamente patológica", faz muitas vezes (provavelmente sempre) perder a noção crítica e a lucidez - uma pessoa apaixonada não tem os pés na Terra, para ela só o outro existe, e o mundo e as pessoas são algo que perdeu totalmente a prioridade e o valor.


A procura das "certezas"


Outro aspecto importante no início do namoro é tentar ter a certeza, não apenas de que aquela pessoa é a pessoa amada, como a de que as outras que ficaram de fora (mas perto) não são também pessoas amadas, pois para quem começa a desenvolver sentimentos afectivos que nunca experimentou (e se calhar ao longo de toda a vida isto acontece?), é por vezes difícil ter essa certeza. Um dia parece ser aquela pessoa, mas no dia seguinte parece ser a outra. Só que os compromissos que se assumem com uma, excluem à partida (pelo menos nas sociedades ocidentais) compromissos de timbre igual com as outras.

Uma vez tida essa certeza - seja ela mais duradoura ou menos duradoura, mais firme ou menos firme -, "as coisas começam a aquecer", pois o passo seguinte é ser correspondido. "Apenas isso"? mas o "isso" é tanto e às vezes tão penoso!. A gestão desta fase é tremendamente difícil e, em caso de um desenlace negativo, pode dar azo a grandes traumatismos, sentimentos destrutivos da auto-estima e do auto-conceito, e regressões a vários níveis, designadamente uma grande desconfiança e insegurança quanto à capacidade de "conseguir" - o "desempenho" é um dos fantasmas que sempre acompanha os adolescentes, nas suas relações amorosas.

Diga-se também, que tudo isto se passa, pelo menos ao princípio, em linguagem codificada - corporal, falada ou outra -, mas codificada. Há quem avance logo com os termos e os propósitos, sem estar com "rodriguinhos", mas é raro e ainda mal visto. O jogo da sedução é um jogo de interpretações e de sugestões. E tantas vezes, sobretudo para quem é inexperiente (como é o caso dos adolescentes) ou quem não tem grande jeito ou aptidões para estas coisas, as sugestões podem ser mal interpretadas e as interpretações mal sugeridas. Se ela sorri para mim, que fazer? Será que sorriu porque se lembrou de uma coisa engraçada? Será que sorriu porque estava bem disposta? Será que sorriu porque teve um espasmo do músculo risorius? Ou porque até achou piada ao que eu disse, mas não mais do que isso? Ou, pelo contrário, isso e muito mais? Como saber? E se avanço, como quem fez a interpretação mais correcta (leia-se, a que me convém), que fazer se ela diz para eu ir "dar uma curva", que estou a meter-me e que vai chamar alguém e acusar-me de assédio? Ou que, simplesmente, estava a sorrir para o parceiro do lado, eu é que deveria estar estrábico? mas pode ser, mesmo que numa ténue hipótese, que me diga que, sim, que era para mim o olhar dela, porque também se sente atraída.

É neste jogo de parada alta, de grandes inquietações e indefinições, de registos muito subtis e indefinidos que os adolescentes têm que (sobre)viver. Mas é esse mesmo jogo, com todas as vitórias e derrotas, penaltis e cartões amarelos, aplausos e vaias, que vai permitir um enfoque mais certeiro e uma visão cada vez mais lúcida do que se quer, do que se pretende e, sobretudo, do que é possível face ao que se desejaria se fossemos nós a formatar o mundo e as pessoas. Mas se calhar, estaremos enganados - a realidade do século XXI não deixa aos adolescentes a hipótese de perguntar, tímida e inocentemente, ruborizando-se só de pensar nisso "então, qual é a tua música preferida?", mas sim, porventura, de modo directo e incisivo: "então, qual é o teu preservativo preferido?". Mas isso não é namoro, pelo menos no sentido de que estamos a falar. Pode ser uma atitude muito "pragmática" mas mais nada do que isso.


A fase da "manutenção"


Depois de começado o namoro, há uma fase de aprofundamento relacional e dos conhecimentos. A descoberta do corpo da pessoa amada e das potencialidades do nosso próprio corpo com a pessoa amada, o cotejar de pontos positivos e negativos, interesses e desinteresses, defeitos e virtudes, contribui para a constante avaliação dos ganhos e perdas e para a resposta à "velha questão": "valerá a pena?". Esta avaliação é tanto mais complicada quanto é frequentemente pontuada, quer com os desafios externos, de outras pessoas que também se perfilam no horizonte e que também querem entrar no jogo da conquista - pessoas já conhecidas ou novas -, quer com os comentários dos "outros" (família, amigos, colegas).

E se, em alguns casos, mesmo com "acidentes de percurso", arrufos, amuos e zangas (mas com o momento inesquecível e indescritível do "fazer as pazes"), as coisas evoluem na tranquilidade e no sentido da estabilidade - pelo menos durante algum tempo -, noutros o namoro acaba por ser uma fase de constantes altos e baixos, uma sinusóide que leva a um grande sofrimento, conflitos e desânimos, os quais desvirtuam o verdadeira intenção do namoro: o preparar uma solução estável com vista a um futuro comum.


Pais, família, amigos e companhia


Se o namoro é uma coisa para ser fruída a dois, com todo o encantamento que tem essa relação privada e quase mística, não é menos verdade que vivemos em sociedade e que as pessoas não são eremitas, mesmo quando parecem viver no nirvana ou no limbo. E quando outros valores, para além dos afectos e do amor, entram em jogo - "mas de que família é que ela é, afinal?", "vamos a ver a quem vão parar os nossos bens?", "não me parece que seja a melhor pessoa para ser mãe dos nossos netos!", "ele tem cara de quem trabalha pouco e vai querer explorar a nossa filha!" - e tantas outras coisas semelhantes -, o "caldo" corre mais risco de "se entornar", surgindo provas de forças, desaguisados, incompreensões, mal-estares, chegando muitas vezes ao ponto de pré-ruptura ou mesmo rupturas, o que só agrava ainda mais as coisas.

Quantas vezes os pais (e os restantes adultos) confundem as escolhas do adolescente com as suas próprias escolhas - não lhes é pedido que gostem da pessoa escolhida pelos filhos, mas tão só que respeitem a sua escolha. E se existe algo que verdadeiramente incomoda os pais relativamente à namorada ou namorado dos filhos, claro que têm o direito de expressar essas dúvidas (sobretudo se se referirem a algum dado grave) mas com calma e sempre pensando que, em caso de "esticarem a corda", o filho optará quase invariavelmente para o lado do seu amor. O caso contrário pode acontecer: os pais simpatizarem tanto com a pessoa escolhida pelos filhos que mesmo quando as coisas começam a esfriar e a seguir o rumo natural dos acontecimentos (ou seja, encaminhando-se para um fim que convém não ser demasiadamente agónico e prolongado) eles insistem no namoro e defendem-no com "unhas e dentes", mais do que o próprio interessado.

Outro aspecto ainda, sobretudo no princípio do namoro, é a enorme susceptibilidade e sensibilidade dos apaixonados - qualquer comentário menos positivo (mesmo que justo e factualmente verdadeiro) pode causar um pé-de-vento de incompreensão. Não quer dizer que os pais se calem, mas que tenham o bom senso de só dizer o que for estritamente necessário, não se esquecendo que os apaixonados, por definição, vivem na estratosfera e não entendem a linguagem dos terráqueos.

Ainda um conselho: não vale a pena dar demasiada importância aos namoros dos filhos, sobretudo no início e quando são os primeiros. É terrível ver pais a darem um relevo a namoricos que são quase "condutas experimentais", como se se tratasse já de uma coisa definitiva, envolvendo os avós, os tios e sei lá mais quem. Até uma certa idade, esses "namorados" deverão ser considerados como amigos e ficar por aí. Isso evita que haja "hipertrofia" de coisas menores e que, se o namoro acabar, o acontecimento passe a ser um autêntico "problema nacional". Deixa também aos adolescentes a margem de manobra necessária para gerirem da melhor forma o namoro, nos vários aspectos relacionais, incluindo poder pôr-lhe um fim, sem demasiada dor.

Este é uma vertente que os pais têm também que considerar: os receios, riscos, perigos e realidade das doenças de transmissão sexual, da infecção pelo VIH, da gravidez, não devem centralizar as suas preocupações e factores de interesse exclusivamente nessa área. A sexualidade é um fenómeno plurifacetado e que têm a ver com afectos e sentimentos. As relações sexuais são fundamentais nesse processo e é natural que, a páginas tantas (às vezes no "prefácio", às vezes só no "epílogo"), o processo de descoberta do corpo e da alma acabe por terminar nas relações sexuais. É bom os adolescentes estarem prevenidos e serem conhecedores dos métodos anticonceptivos e preventivos das situações de perigo - mas espera-se que os pais tenham tido, ao longo de toda a vida, uma acção pedagógica gradual que evite ter que chamar os filhos, à última da hora e sobre os acontecimentos, para uma conversa "sobre abelhas e flores".


O fim do namoro... ou não...


Os namoros podem ou não ter fim. Por vezes acabam por desistência de um ou dos dois interessados. Com maior ou menor sofrimento, de uma ou de ambas as partes, mas sempre com a necessidade de fazer um luto, porque o fim de uma relação, mesmo que por mútuo acordo e/ou com sensação de alívio, é sempre uma perda e exige um período de reflexão e de balanço. Não fazer esse luto é perigoso, porque ele virá, inexoravelmente, mais tarde, podendo cair como uma assombração sobre uma relação posterior.

Outras vezes o namoro evolui para um relacionamento estável e permanente, com vivência em comum, casamento ou seja a forma que for, filhos, etc. Mas mesmo nesses casos - ou até sobretudo nesses casos -, é bom que o namoro continue. Sempre. Namorar é bom e é um factor protector. Mesmo com filhos pequenos, mesmo com filhos menos pequenos. A relação "horizontal" entre duas pessoas deve sempre manter-se e é independente dos outros relacionamentos e afectos que possam existir. E não há idades fixas nem limitativas para namorar? porque o namoro, no que tem de sonhador, de reconfortante, de bom, é necessário e um bálsamo para qualquer idade.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sexo tântrico

Há já algum tempo que se ouve falar em sexo tântrico e nas supostas maravilhas sensoriais que provoca em quem o pratica. Mas, apesar de muito se debater o assunto, poucos são os que realmente sabem do que se trata. Se quiseres aprofundar os teus conhecimentos, não pares de ler!

Tantra é o nome dado aos antigos textos de tradição oral do período pré-clássico da Índia, isto é, de há mais de 5000 anos. Mais tarde, alguns desses textos foram escritos e tornaram-se livros ou escrituras secretas do hinduísmo.

Na época de origem do Tantra, a Índia era habitada pelos darvixes, cuja sociedade e cultura eram matriarcais, epicuristas e não repressoras. Por isso, passaram à história como um povo tântrico, já que essa filosofia é caracterizada principalmente por essas três qualidades.

O Tantra, o Sámkhya e o Ioga são três das mais antigas filosofias indianas e as suas origens remontam à Índia do período darvíxico. Talvez por isso tenham mais afinidades entre si do que cada uma delas com qualquer outra filosofia surgida posteriormente.

A proposta do Tantra é promover o autoconhecimento e evolução interior partindo do prazer. Ou seja, é uma exploração tão intensa do prazer físico que acaba por extrapolar os seus próprios limites, transbordando para um "orgasmo espiritual" ou estado de graça.

Confuso?
Não é assim tanto. Vamos por partes!

Para quem não está familiarizado com o acto em si, o sexo tântrico pode soar a algo como "tortura". Afinal, o pouco que se diz sobre o assunto é que é uma espécie de processo de prolongamento do acto sexual sem que haja necessidade de se atingir o orgasmo.
Então por que razão terá tantos adeptos?

Porque o sexo tântrico não é apenas isso. No fundo, essa é só uma pequena parte de uma filosofia muito mais abrangente, que requer uma mudança profunda no modo de vida e na forma de encarar o sexo.

Tantra significa "instrumento de expansão". É um processo que deve ocorrer nos planos mental, espiritual e físico. O objectivo é atingir a realização pessoal e espiritual. E o sexo entra como um ritual sagrado de troca de energia.

Mas como é possível misturar-se sexo e espiritualidade na mesma história?, poderás perguntar…
Bem, temos de compreender que esta forma pudica de encarar a sexualidade é algo característico do mundo ocidental. Basta recordar que o "livro dos livros" sobre sexualidade (o Kama Sutra) foi escrito no século IV pelo nobre hindu Vatsyayana.

Mas para que haja esse envolvimento espiritual no acto sexual, o Tantra defende que é preciso haver uma entrega total, com total confiança no parceiro. É também verdade que as pessoas envolvidas têm de ter uma atitude especial, pois é requerida uma grande sensibilidade e sentido de requinte para assimilar os segredos do Tantra. É mesmo necessário que os candidatos a atingir semelhantes níveis de prazer vejam a sexualidade como uma arte.

Afirma-se ainda que quem se queira dedicar à prática do sexo tântrico terá de deixar para trás os denominados "pecados tântricos": o ciúme e a possessividade.
Isto porque a filosofia do Tantra ensina que o corpo é um templo, o sexo é sagrado e não existem fronteiras entre corpo e espírito.

A relação tântrica começa com um ritual de preparação do ambiente e longos preliminares. Como o orgasmo não é a meta, o Tantra ajuda a combater a ansiedade, eliminando os objectivos tradicionalmente imediatos do acto sexual e convida os amantes a abandonarem-se ao encontro, a entregarem-se e manterem-se completamente presentes, com os sentidos e a atenção despertos.

Mas, para chegar ao nirvana é necessário que o homem não ejacule e que a mulher retarde o orgasmo. Nem todos os que tentam conseguem, pois isso exige níveis de concentração e autocontrolo, que podem ser atingidos através de preparação física e espiritual.
Os praticantes são aconselhados a seguir uma alimentação equilibrada, a não beber e a não fumar - a saúde do corpo está intimamente ligada ao desenvolvimento do espírito. Os adeptos reaprendem a respirar, a alinhar a postura e a aumentar a capacidade de concentração.

Depois basta deixar a energia pulsar de baixo para cima e não no sentido contrário. Ou seja, muitos casais, quando estão em pleno acto sexual, utilizam fantasias para se estimularem e deixam que a energia da mente flua para a zona pélvica. Mas, com o Tantra, passa-se o contrário.

É o próprio acto em si que deverá enviar energias sexuais para o corpo todo, convertendo-o num pólo de sensibilidade. Assim, qualquer parte do corpo sentirá prazer como se fosse um extenso órgão sexual que cobrisse toda a amplitude do corpo e da mente.

Nesse estado, basta um toque na pele, um beijo ou a sensação da respiração do parceiro para desencadear experiências sensoriais e de envolvimento inimagináveis.

E é disto que se fala quando se menciona o factor longevidade do acto sexual através das técnicas do Tantra.

Mas, como já percebeste, “ser tântrico” exige sinceridade, honestidade, desprendimento. Não é apenas mais uma posição do Kama Sutra.
É uma filosofia de vida!